sábado, julho 5

E agora era o depois.

Quando estamos tomados de certezas, emoções, sentimentos... sempre ignoramos o depois, o depois sempre significa as situações que não queremos, os momentos que nos levarão para baixo. Cremos que ''aquilo'' durará para sempre, afinal, não há motivos para não. Mas, as coisas passam, podem tanto evoluir como acabar. E, uma hora ou outra estaremos cara-a-cara com os nossos fantasmas, nossos monstros do armário , o nosso depois. Iremos olhar para trás e enxergar as coisas com outros olhos, de outros ângulos, como se fossemos expectadores da nossa própria história. Veremos os erros, acertos. Veremos o passado que agora não existe e isso causa efeitos. Misturas de sensações, de achismos, de racionalidade. Ah, a racionalidade, tão gelada, tão concreta, tão dura. O agora não deveria nos afetar no futuro, o agora deveria ser só agora e nunca mais, deveria ficar no agora e não seguir. Quem dera... o que seria da experiência, dos anos, da história? Temos que levar nosso agora para sempre, seja da forma que for, do jeito que der, querendo ou não, ele vem. O agora sempre será depois, depende de nós viver o agora e deixar o depois, pra depois.

Devaneios.
dm.

quinta-feira, agosto 8

Me sinto...


Procurei muitos assuntos ou algo específico para colocar aqui, tanto tempo sem apertar essas teclas, na verdade, muito tempo sem apertar as mesmas teclas. Não perdi o hábito de meditar na madrugada, de escutar um bom som e olhar para o teto. Muitas coisas se passaram, muitas coisas acontecem e hoje me sinto leve, sem pesos, sem interrogações, sem terceiras pessoas... sabe quando você termina ciclos sem ao menos perceber? Sabe aquela velha história de tanto pedir algo e quando isso acontece você nem se dá conta de que parou com os pedidos e o tão esperado já chegou e você boba nem notou? Pois bem, estou em um momento só meu, estou comigo nessa e me sinto bem. Não lembrava mais como era isso, essa sensação de estar consigo mesma, pensando apenas em você, na sua vida, nos seus planos e alvos. Com sede de aventura, de mundo, do desconhecido, com sede da vida! Claro, ter borboletas no estômago e a cabeça na lua faz falta, faz parte da carência, mas passa; estou aqui de novo, sem dramas e manhas, despida de tudo que ligue à um outro alguém. Olho em frente e vejo um caminho longo, no qual caminho só, e isso me faz pirar, mas sou curiosa o suficiente para seguir. Estou com uma sensação tão gostosa do dever cumprido. Não estou devendo nada, não deixei nada pendente, nada incompleto... o tempo e suas histórias, a vida e sua mania em nos fazer viver momentos únicos, que nos leva à beira da loucura, mas é tão gostosa não é? É sim, eu sei, sei bem, rs. Mas hoje, hoje eu estou só e não tenho tempo para nada além da minha vida! Meu momento, minha vida e quero vivê-la da melhor forma, aprendendo, evoluindo! Me permitindo tudo que mereço, me permitindo VIVER, sem vergonha do que sou, de quem sou. Independente de qualquer coisa, hoje eu só tenho o que oferecer a mim... e olhe bem, isso não é egoísmo, mas estou numa ''vibe'' tão boa comigo mesma, e sei que seria injusto ter certas coisas por simples caprichos, me dou o tempo necessário para viver algumas coisas novamente, mas não estou preocupada com isso, estou comigo, aqui, agora e sempre, me mereço muito e olha, não me troco por ninguém. Me sinto de bem com a vida, comigo... com minhas loucuras, simplicidades e esse jeito sem ''eira nem beira'' que é só meu. Ah! Me sinto ótima. 


DM.

domingo, junho 30

Momento calma, quietude, respirar fundo, calar, reciprocidade apenas, generosidade, paz, bem, sempre o bem. Mesmo querendo ser ouvida, mesmo assim, calar. Contar até 10, você sabe que funciona, estranhamente, mas funciona. Crescer pra si, mentalizar e processar palavras, desabafos, franquezas e verdades, aquelas sempre quistas e hoje tidas. Saber ver, creio que hoje, é isso que me falta, saber ver e calar. Independente de qualquer nó, saber ver. Estar comigo e saber me escutar, me ver com bons olhos, isso também está em falta, saber me ver com os olhos do bem, da grandeza e da paz. Saber estar comigo e isso me bastar. Ficar nas entrelinhas, na sombra. Enfim, é isso.


DM.

Essa minha sensibilidade, essa minha intensidade, esse meu jeito de ser, viver e querer as coisas, tem me causado danos, estranhezas que nem eu sei como apagar. Minha visão de coruja, meu coração vivo, minha alma inocente, minha mania ou teimosia em prever as coisas, em me apegar às mesmas, sei lá, a verdade é que ainda não acostumei a roupagem que o tempo tem me dado, as roupas que me vestem são estranhas, são grandes demais, meu corpo é pequeno, fico desajeitada, não consigo andar. Me pego olhando ao espelho com cara de ''quem é você?'', e sempre, me pego pensando no que acho certo e no que acho que irá ocorrer, meio descrente do que tenho tido, vivido e gostado até, mas com o pensamento permanente do ''adeus''. Não sei, mas estou com um dos nós na garganta, o rosto meio quente, os olhos grandes e assustados. Não, sei, mas isso não irá acabar bem, no fim, pra mim.

DM.

sábado, junho 29

Sinto o sal ao invés do sono.

Eu sei o que deu em mim. Eu sempre sei na verdade. Hoje foi mais uns daqueles episódios nos quais eu ainda me sinto em casa, e só percebo que fui posta para fora, quando os créditos surgem. Eu só não sei o que dá em mim, quando vivo certos flashes, é como se tudo voltasse ao ''normal'', e eu realmente me sinto bem e desastrada como sou, fico só sorrisos. Mas daí, eu me dou conta, um pouco tarde do desastre que causei e tudo volta à minha mente, como um filme sem fim. E vem a dor de cabeça, a dor no coração, a dor na alma. Percebo qual fora o resultado da história, rebobino detalhes, luto com a realidade por não aceitá-la. É que, dói, entende? O resultado da história não foi tão bom pra mim, e nisso os pensamentos são os piores possíveis. São coisas das quais não consigo escrever, ainda. Se eu ao menos conseguisse, ia ser um desabafo, algo posto para fora, mas nem isso. Creio que não é o momento. Mas enquanto isso, me encontro aqui, mais um dia, mais uma noite, mais uma madrugada, nascer do dia seguinte. Querendo me esconder de tudo, de todos e principalmente de mim, é sim, é estranho. Mas basta eu ver que hoje, logo eu, sou isso aí... isso aí mesmo, ''isso''. E, que recebo o tratamento que o tal ''isso'' merece. Não sei, mas o meu eu é quisto manter distante. Eu sei. Não precisa muito para enxergar, os atos me revelam. Se eu passar do limite que me é dado, sinto minha cordinha sendo puxada em meu pescoço. É como se eu tivesse que aceitar o tratamento da educação, apenas. Passou disso, indiferença. E por essas e outras, eu tomo um punhado de culpa, tento amenizar e mais uma vez, mais um do mesmo. Eu sei, que esses episódios me enrolam num emaranhando de nós. Eu não consigo não olhar nos olhos, não sorrir, não me sentir bem com a vida que era ''minha'', meu corpo fala por si só. Mas não existe a recíproca corporal, apenas a educação e o  ''se contente com isso''. Para mim, é sim, estranho. Não sei por quanto tempo irei aguentar firme, não demonstrar, não cair do salto. Chega uma hora que o semblante caído, revela que algo está errado. Mas até lá, eu me mantenho ereta, coração decidido e mente resistente aos maus pensamentos. Tomo meu banho de bem, de ''olhe para si e veja'', engulo os nós e sigo em frente. Tentando ver que hoje, já é outro dia, com novas ansiedades e lições... mas por enquanto, nesse intervalo entre o ontem e o hoje, eu sinto o sal escorrer pelos meus lábios finos, cansada, sonolenta, dengosa... o eu que sempre fui e me vejo ser, meio perdida, querendo sentir sono e não o sal.


DM.