''Eu
não sinto como você. A minha capacidade de superar, por exemplo, é
diferente da sua. Temos tudo diferente: criação, vida, história,
personalidade, valores, infância, família, defeitos, manias, visões. Por
isso, jamais posso julgar ou tentar imaginar como você reagiria diante
de determinada situação. Muitas vezes, por imprudência, acabamos
julgando o outro. Ah, a fulaninha tem tudo na vida, é bonita, tem
dinheiro, pode ter a carreira que quiser, o homem que quiser, não sei
por qual motivo ela fica inventando doença e depressão. Não, ela não
inventa nada. Sim, ela tem “tudo”. Mas o que é esse “tudo”? Beleza,
dinheiro, carreira, amor. Nada disso mantém uma pessoa em pé. O amor
ajuda, sim. Mas antes de amar alguém você precisa estar com o coração
saudável, senão não consegue dar e receber nada, a troca se prejudica.
Nada preenche nossos vazios mais profundos. Então, sempre tomo muito
cuidado ao dar pitaco na vida de outra pessoa. Não sei o que ela já
viveu, sofreu, passou. Não sei com o que ela teve que lutar, do que ela
teve que fugir. Porque a gente sempre foge de algo. Tem gente,
inclusive, que foge de si mesmo.''
— Clarissa Corrêa.
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