Sempre causei impressões inversas ao que sou, sabe quando te dizem...''ah, quando eu te vi pela primeira vez, achei que você fosse...'', pois bem, sempre passei a imagem de um ser fechado, calado, sério, bravo muitas vezes, metido. Tudo bem, admito, que alguns desses achismos se encaixam certinho, mas não de forma negativa. Sempre fui muito introspectiva, sempre fui mais de observar e falar no momento certo, mas quando me ponho a falar, tenha certeza que é de coração, se falo é por que tenho certeza das minhas palavras, e não tenho vergonha em me mostrar. Mostrar o que penso, o que acho, o que sinto. Ontem, em um desses momentos, falei, talvez tenha dito demais, talvez no momento aquilo fora confuso, um terremoto. Depois de ter dito, e ter tido a consequência desse ato, me pus a pensar e muito. Pessoas como eu, que calam mais do que falam, quando se deparam com segunda opção, falam e falam com o coração, são palavras que já habitaram por tempos às suas mentes. Palavras que já foram processadas pela alma, palavras que precisam ir embora, e falam com verdade. Mas, voltando aos pensamentos, pensei em ter sido injusta, em ter causado males, em ter sido impulsiva, me senti incompreendida também, e estava inconsolável. Outro balde de água fria. Para o meu físico, psicológico e sentimental. Mas me calei por completo. Mas algo me acalentou, algo que eu jamais imaginaria. Mais uma vez o tempo me ensinou uma lição, o tempo me trouxe uma voz que de forma branda voltou do passado, me explicando atos passados, mas que trazia paz pro acontecido naquele momento. A voz me disse que tudo que eu faço e já fiz, é por mérito de ser quem sou, que tudo que faço e já fiz em relação a demonstrar o que sinto é precioso, que é uma atitude de quem sabe o que faz, que, se eu digo algo é por que eu o posso fazer e tenho convicção disso e que isso fora de valor no passado. Que hoje as ações que tive refletem dessa forma, mesmo depois de tanto tempo. Que esse é meu diferencial, que eu tenho meus limites mas não deixo de fazer o que acho certo. Escutar tais coisas foi a paz que precisava, se ontem o dia não tinha como acabar bem, um pequeno milagre acontecera. Se havia chorado de tristeza, naquele momento o choro fora de alívio. Um peso tirado das minhas costas. Sei que tenho muito o que viver, superar e (a)guardar. Sei que na vida terei que engolir muitos sapos, mas que eu possa ser mulher o suficiente para não deixar que nada me modifique. Para que eu não regrida e congele o que tenho de melhor. Não sou a mesma de antes, mas não vejo retrocessos em meu caminho, me vejo em constante evolução, coisas ficaram para trás, coisas aconteceram mas sempre me propus a fazer o bem. Talvez, colocar o bem de outros à frente do meu próprio bem, seja um defeito. Hoje, algumas coisas ficaram guardadas, não quero, por um tempo, expor certas coisas, demonstrar certas coisas, esse é o meu limite para certos acontecimentos. Chegou o meu momento de calar. Estou anestesiada, despreparada e aprendendo muito sobre mim. E que eu tenha força, independente de qualquer coisa, para fazer o que acho certo, para demonstrar nos momentos certos o que sinto. Mas por enquanto, são só introspecções, não quero e nem irei expor coisas que já acabaram, coisas que não voltam! Guardarei certas saudades, certos momentos e nostalgias, tais coisas não possuem mais espaço no meu hoje. Os guardarei em gavetas e superarei, e só conseguirei isso sem explanar tanto. Algumas coisas morreram e esse luto terá que passar. Sem demonstrar o que sinto por momentos que já foram, por 'alguéns' que já não encontro e por um alguém especifico que há tempos vive sem mim. Para tudo há um tempo, e meu lado introspectivo voltou, sentiu tanta falta de mim que veio me abraçar. Enfim, sem exposições do passado, me proponho a viver e a olhar para frente. Que eu possa, em outros momentos, ter novas exposições sobre esse sentimento que ando demonstrando. Mas com outro pique e com tudo que aprendi de forma concreta e segura. Por hoje, apenas uma mulher introspectiva que olha além sem querer voltar.
DM.
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