sábado, junho 29

Sinto o sal ao invés do sono.

Eu sei o que deu em mim. Eu sempre sei na verdade. Hoje foi mais uns daqueles episódios nos quais eu ainda me sinto em casa, e só percebo que fui posta para fora, quando os créditos surgem. Eu só não sei o que dá em mim, quando vivo certos flashes, é como se tudo voltasse ao ''normal'', e eu realmente me sinto bem e desastrada como sou, fico só sorrisos. Mas daí, eu me dou conta, um pouco tarde do desastre que causei e tudo volta à minha mente, como um filme sem fim. E vem a dor de cabeça, a dor no coração, a dor na alma. Percebo qual fora o resultado da história, rebobino detalhes, luto com a realidade por não aceitá-la. É que, dói, entende? O resultado da história não foi tão bom pra mim, e nisso os pensamentos são os piores possíveis. São coisas das quais não consigo escrever, ainda. Se eu ao menos conseguisse, ia ser um desabafo, algo posto para fora, mas nem isso. Creio que não é o momento. Mas enquanto isso, me encontro aqui, mais um dia, mais uma noite, mais uma madrugada, nascer do dia seguinte. Querendo me esconder de tudo, de todos e principalmente de mim, é sim, é estranho. Mas basta eu ver que hoje, logo eu, sou isso aí... isso aí mesmo, ''isso''. E, que recebo o tratamento que o tal ''isso'' merece. Não sei, mas o meu eu é quisto manter distante. Eu sei. Não precisa muito para enxergar, os atos me revelam. Se eu passar do limite que me é dado, sinto minha cordinha sendo puxada em meu pescoço. É como se eu tivesse que aceitar o tratamento da educação, apenas. Passou disso, indiferença. E por essas e outras, eu tomo um punhado de culpa, tento amenizar e mais uma vez, mais um do mesmo. Eu sei, que esses episódios me enrolam num emaranhando de nós. Eu não consigo não olhar nos olhos, não sorrir, não me sentir bem com a vida que era ''minha'', meu corpo fala por si só. Mas não existe a recíproca corporal, apenas a educação e o  ''se contente com isso''. Para mim, é sim, estranho. Não sei por quanto tempo irei aguentar firme, não demonstrar, não cair do salto. Chega uma hora que o semblante caído, revela que algo está errado. Mas até lá, eu me mantenho ereta, coração decidido e mente resistente aos maus pensamentos. Tomo meu banho de bem, de ''olhe para si e veja'', engulo os nós e sigo em frente. Tentando ver que hoje, já é outro dia, com novas ansiedades e lições... mas por enquanto, nesse intervalo entre o ontem e o hoje, eu sinto o sal escorrer pelos meus lábios finos, cansada, sonolenta, dengosa... o eu que sempre fui e me vejo ser, meio perdida, querendo sentir sono e não o sal.


DM.

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